Boião de cozinha produzido no último período da FLS.
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Boião de cozinha produzido no último período da FLS.
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Tacinhas de aperitivos produzidas para o serviço de bordo da companhia aérea TAP. Década de 1960.
As marcas apresentam inscrição distinta em cada uma das taças – Portugal e Made in Portugal.
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Cinzeiro publicitário, de formato não identificado, produzido para a empresa de transportes aéreos Air France (fundada em 1933), na década de 1950 ou década de 1960.
O aspecto curioso desta encomenda da Air France é que a FLS acabou por desenvolver um modelo com uma característica técnica, o craquelé artificial tintado sobre fundo branco, que, entre outras, celebrizou a fábrica francesa Longwy.
Tal como aconteceu com o cinzeiro da Panair do Brasil anteriormente reproduzido, este formato, sem craquelé e com vidrado de outras cores, foi também utilizado para peças promocionais da própria FLS.
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Grande cachepot com decoração floral de inspiração Arte Nova, produzido provavelmente no início do século XX.
Ao contrário do que sucedeu com a decoração e modelação Art Déco, a produção Arte Nova na FLS foi bastante reduzida, conhecendo-se muito poucos modelos dentro deste estilo, quer na loiça decorativa quer na loiça de mesa.
A decoração Arte Nova utilizada na fábrica remetia para influências de modelos alemães e, particularmente, ingleses, como é o caso deste cachepot que evoca alguma gramática decorativa da cerâmica Royal Doulton, incluindo a dos seus estúdios Burslem e Lambeth.
Embora esta peça não se encontre marcada, conhece-se um exemplar do mesmo modelo, mas com decoração distinta, na colecção pessoal de Clive Gilbert, último administrador e proprietário da fábrica.
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Cinzeiro publicitário produzido para a empresa de transportes aéreos Panair do Brasil (1930-1965), na década de 1950 ou primeira metade da década de 1960. Integra um conjunto de cinzeiros publicitários desenvolvidos para diversas companhias aéreas, entre as quais se inclui também a Air France. Estes cinzeiros foram encomendados especificamente por cada uma das empresas, pelo que apresentam diferentes modelos e diferente design para cada uma delas.
Ao longo da sua existência a FLS produziu inúmeros modelos de cinzeiros, quer para promover a própria fábrica, quer para promover outras empresas através de brindes publicitários que estas encomendavam, quer ainda para uso doméstico não publicitário.
Neste cinzeiro, a principal característica é a aplicação do craquelé artificial (http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/121841.html), técnica invulgar na FLS mas comum em algumas companhias cerâmicas europeias, particularmente no período Art Déco, como a fábrica belga Boch Frères Keramis (http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/tag/boch+fr%C3%A8res) ou a fábrica francesa Longwy (http://blogdaruaonze.blogs.sapo.pt/87259.html), entre outras.
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Na década em que a empresa celebrou o seu centenário (1950) e a rainha Isabel II de Inglaterra visitou oficialmente Portugal (1957), a FLS desenvolveu algumas peças em Jasper Ware, tanto quanto se sabe apenas no formato de camafeu (conhecem-se quinze exemplares diferentes), que foram colocadas no mercado através das suas lojas e se mantiveram em comercialização até ao início da década seguinte. Estas peças foram modeladas pelo escultor Armando Mesquita (1907-1982), que já havia criado outras peças notáveis para a FLS.
Pela sua translucidez, pela qualidade da sua modelação clássica e pela sua limpidez estas peças chegam a superar algumas das características da produção Wedgwood, fábrica inglesa pioneira nesta técnica cerâmica, e suplantam largamente as peças também desenvolvidas pela Vista Alegre, com técnica diferente mas resultados semelhantes à produção Wedgwood, nos finais da década de 1960 e princípios da década de 1970, e mesmo nas décadas anteriores (conhecem-se peças a azul e branco com a marca utilizada na VA entre 1922 e 1947, a verde e branco com a marca utilizada na VA entre 1947 e 1968, e a azul e branco com a marca utilizada na VA entre 1968 e 1971).
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Grande prato de parede decorado com técnica mista de stencil, aerógrafo e pequenos toques de pintura manual, sob o vidrado. Os retoques de pintura manual foram realizados apenas para acabamento, a preto, nos focinhos dos animais.
A técnica de aerógrafo era já muito usada na cerâmica desde finais do século XIX e passou a ser aplicada frequentemente na FLS a partir do final da década de 1920, talvez por influência dos intercâmbios técnicos que a fábrica realizou com algumas congéneres alemãs e europeias, de onde recebeu alguns mestres e operários especializados nesta decoração.
Nesta peça utilizou-se uma técnica comum à serigrafia, que exige diferentes passagens para cada uma das cores, começando pelas cores mais claras. Aqui o preto foi colocado sem qualquer sobreposição, pelo que o castanho terá sido a última cor a ser aplicada. A técnica de aerógrafo nota-se particularmente no esfumado que aparece junto do recorte da base de algumas hastes e das orelhas dos animais.
Muito embora a decoração seja ao gosto Art Déco, nas cores e no tratamento estilizado dos animais, este prato será provavelmente da década de 1960.
Conhece-se um prato desta série com a decoração "Flamingos", em tons de rosa e lilás.
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