Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém

Setembro 01 2024

 

Jarra, com cerca de  29,2 cm. de altura, da fábrica belga Boch Frères / Keramis.

 

Ostentando uma decoração floral estilizada, ao gosto Art Déco, apresenta ainda o característico craquelé induzido, associado à produção da fábrica durante esse período.

 

Este motivo, com a referência D. 1102, foi introduzido na produção da fábrica por volta de 1927.

 

 

 

 

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publicado por blogdaruanove às 23:01

Setembro 01 2024

 

 

Máscara, com cerca de 25,5 cm. de altura, sem qualquer marca de fábrica, a não ser um número de referência que parece ser o "545(?)".

 

Embora não ostente qualquer outra marca visível, sabe-se que este formato corresponde à produção da Villeroy & Boch (https://www.villeroyboch-group.com/en/), provavelmente na sua fábrica de Septfontaines, no Luxemburgo.

 

A autoria desta máscara é atribuída ao artista plástico alemão Eduard Hermanutz (1902-1992), que colaborou, como escultor, com a Villeroy & Boch, em Septfontaines, entre 1933 e 1939.

 

Para esta empresa criou diversas máscaras femininas, entre as quais uma denominada Eve, que se conhece num tom azul, semelhante a este, e em tons de verde, outra correspondente a um rosto de raça negra, apresentada também em tons de azul, e ainda um outro busto de raça negra, comercializado quer em tons de azul, quer em tons de laranja.

 

Hermanutz esculpiu também figuras de animais, que a Villeroy & Boch comercializou em tons de branco mate, semelhante ao dos animais da Wedgwood, entre as quais se conhece a figura estilizada de um antílope, e em tons de verde, de que se conhecem as figuras, mais caricaturais, de um elefante e de um gato.

 

Na senda das máscaras produzidas na Áustria, pela Goldscheider, e em Itália, pela Lenci, esta peça epitomiza, tal como as anteriores, uma certa visão do feminino estilizado ao gosto Art Déco.

 

Em Portugal, como é óbvio, a obra cerâmica de Jorge Barradas (1894-1971) está em sintonia com esta gramática.

 

 

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publicado por blogdaruanove às 18:01

Setembro 01 2024

 

Jarra, com cerca de 18,3 cm. de altura, em grés da fábrica francesa Rambervillers.

 

Ostentando os característicos vidrados metalizados desta empresa, aqui em tons de azul, verde e bronze, esta peça evoca uma forma vegetal, ou um fruto, num tratamento que se afasta do estilo Art Nouveau.

 

Com efeito, esta forma mais estática e geométrica traduz já a adopção transicional de uma híbrida gramática que se aproxima de algumas abordagens Art Déco, através das arestas suavizadas e das diferentes secções da sua volumetria.

 

 

 

 

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Setembro 01 2024

 

Jarra, com cerca de 26,7 cm. de altura, em grés da fábrica francesa Denbac.

 

Este formato, através da torção, fluidez sinuosa e repuxado das suas excrescências, que sugerem simultaneamente uma origem vegetal da forma e um harmonioso movimento, ilustra uma das mais interessantes e bem conseguidas peças Art Nouveau desta empresa.

 

 

 

 

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Setembro 01 2024

 

Jarra, com cerca de 25,2 cm. de altura, produzida na empresa francesa de Clément Massier (1845-1917).

 

Esta peça apresenta os característicos escorridos presentes em muita das obras de Clément e dos seus familiares (https://mfls.blogs.sapo.pt/tag/massier) os quais, no entanto, não eram exclusivos da família Massier.

 

Na verdade, seguindo, aliás, uma arcaica característica do vidrado da cerâmica popular, inúmeras fábricas europeias e americanas optaram por introduzir esta decoração no final do século XIX e início do século XX, incluindo a fábrica fundada nas Caldas da Rainha por Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905).

 

Do mesmo modo, o formato, com mais ou menos variantes, é também comum a vidros e peças cerâmicas produzidas em diversas fábricas europeias, ao longo das últimas décadas do século XIX e primeiras do século seguinte, seja na finlandesa Arabia (https://mfls.blogs.sapo.pt/211277.html), seja na portuguesa Fonte Nova (https://mfls.blogs.sapo.pt/263528.html).

 

 

 

 

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Setembro 01 2023

 

 

Pote com tampa, com cerca de 21,2 cm. de altura, em porcelana da fábrica alemã LHR, Lorenz Hutschenreuther, abreviadamente conhecida como Hutschenreuther.

 

Esta fábrica foi fundada em 1857, na localidade de Selb, por Lorenz Hutschenreuther (1817-1886), vindo a empresa a absorver depois, entre 1906 e 1928, várias outras fábricas.

 

Em 1969 ocorreu a fusão entre a Porzellanfabriken Lorenz Hutschenreuther e a C. M. Hutschenreuther, de Hohenberg, sendo este conglomerado absorvido, no ano 2000, pela também famosa Rosenthal.

 

 

 

Tal como se pode constatar, o pote ostenta, apenas no seu corpo bojudo, um monograma heráldico que ainda não foi possível identificar.

 

No tardoz, verifica-se que esta peça foi concebida por Fritz Klee (1876-1976), director da escola artística para a indústria de porcelana, fundada por si em Selb, no ano de 1909.

 

Klee foi também director artístico da Lorenz Hutschenreuther, entre 1917 e 1922, continuando a colaborar com a empresa na concepção de várias peças até 1939, ano em que se mudou para Stuttgart.

 

Conhecem-se versões deste pote em azul cobalto com complementos a ouro.

 

 

 

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publicado por blogdaruanove às 23:30

Setembro 01 2023

 

 

Pequena jarra, com cerca de 11,2 cm. de altura, produzida em França, na oficina de Clément Massier (1845-1917).

 

O formato desta peça evoca motivos vegetalistas estilizados, como a germinação de um bolbo, inserindo-se assim naquela que viria a ser umas das linhas de força da gramática Arte Nova, desenvolvida em finais do século XIX e consagrada através das célebres peças comercializadas por Samuel Bing (1838-1905), a partir de 1895, na sua Maison de l'Art Nouveau.

 

Veja-se outra jarra da autoria de Clément Massier, e alguns dados sobre a produção cerâmica da família, aqui: https://mfls.blogs.sapo.pt/twelve-days-in-twelve-hours-vii-334298.

 

 

 

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publicado por blogdaruanove às 21:30

Setembro 01 2023

 

 

Duas pequenas jarras, acima com cerca de 13 cm. de altura, abaixo com cerca de 14 cm. de altura, produzidas em França, nas oficinas dos irmãos Mougin.

 

Tal como foi referido a propósito de uma outra jarra da mesma proveniência, apresentada já hoje, estas duas peças inserem-se num período de pequenas modelações, umas mais contidas e depuradas, outras mais exuberantes na sua matéria e no seu vidrado.

 

 

 

Note-se como esta última jarra apresenta um diferente pasta e um vidrado que a aproxima da gramática nipónica da cerâmica aparentemente mais rude e evocativa da terra e das formas naturais, remetendo ainda para as erupções vulcânicas na sua borbulhante rugosidade.

 

Note-se, também, como as duas peças estão assinadas por Joseph Mougin, embora a última não refira a oficina de Nancy, o que, apesar da numeração mais alta, pode indiciar que é uma peça anterior à desloção dos irmãos para essa cidade.

 

 

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publicado por blogdaruanove às 19:30

Setembro 01 2023

 

 

Figura de urso pardo, com cerca de 12,8 x 9 x 5,3 cm., em porcelana da fábrica soviética Lomonosov. 

 

Fábrica estatal até 1993, foi privatizada neste ano, quando se iniciou a desintegração da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Em 2002 a fábrica substituíu o logótipo com monograma, passando a apresentar a imperial águia bicéfala, para logo em 2005 assumir e acentuar as suas origens pré-soviéticas, ao omitir o nome Lomonosov e integrar o termo Imperial na sua designação oficial.

 

Esta pequena peça reproduz uma figura muito popular na tradição oral russa, recorde-se a adopção da mascote Mischa dos Jogos Olímpicos de 1980, através de uma técnica, a decoração a aerógrafo, pouco usual em muitas das fábricas de porcelana.

 

Recorde-se que a famosa designer Eva Zeisel (1906-2011) colaborou com a Lomonosov entre 1932 e 1936, ano em que foi detida, e veja-se outra peça desta fábrica aqui: https://mfls.blogs.sapo.pt/the-twelve-days-of-christmas-xii-341751.

 

 

 

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publicado por blogdaruanove às 17:30

Setembro 01 2023

  

 

Escultura representando um lúcio, com cerca de 8,3 x 37 x 5,8 cm., em grés da fábrica francesa Rambervillers.

 

Esta peça aparece referenciada pela primeira vez no catálogo de 1920, sob o número 486, sendo a autoria do original atribuída a Charles Virion (1865-1946), consagrado escultor de figuras animais que teve extensa colaboração com a Rambervillers.

 

Veja-se uma outra representação deste peixe, numa versão, muito provavelmente posterior, da fábrica sueca Rörstrand, aqui: https://mfls.blogs.sapo.pt/278339.html.

 

  

 

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publicado por blogdaruanove às 15:30

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